sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Realidade Fictícia do Cotidiano

O Pedinte

Ônibus lotado no calor da manhã, o suor pinga e são só 7 horas. A calmaria que foge a regra acaba no próximo ponto.

Estão todos apáticos, um homem começa o discurso:

- Gente, queria, em nome de Deus, falar um pouco com vocês. Eu estou pedindo uma ajuda, eu não estou armado, nem drogado, nem aleijado. Tô com minha mulher aqui, sentada na frente, e a gente tá com fome.

Ninguém se move, a apatia realmente foge a regra.

Enquanto transpiro, algo avança do fundo do ônibus até alcançar o ouvido do homem:

 - Então vai procurar um emprego, fazer bico, porra! Se não tá drogado, aleijado, nem armado...vai a merda!

O homem desce no próximo ponto, lembrou que pegou o ônibus errado.

A esposa não desce.


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