A história se desenvolve a partir do medo frente a uma nova doença infecciosa, que deforma suas vítimas e causa anomalias genéticas.
Tudo isso com um ingrediente a mais: a contaminação só acontece por meio de relações sexuais.
Os casos cada vez mais freqüentes e mais próximos dos protagonistas, faz com que as frustrações, sentimentos, sonhos e agonias sejam vividos de forma um pouco mais drástica por esses adolescentes.
A escola, a cidade, os amigos, todos são afetados por esse vírus desconhecido.
Todos os ingredientes para essa história estão presentes trazendo-a, apesar do seu caráter extraordinário, para a realidade.
A fuga pelas drogas, as noites com amigos regadas a cerveja e a busca por uma noite de sexo; tudo isso somado a tensão de uma doença misteriosa, uma incrível arte em preto e branco, com traços sóbrios, duros, abusando de sombras e luz faz com que Burns crie uma obra prima sobre à adolescência filha do rock n’roll, misturando elementos sombrios , de horror e insanidade.
Se tudo isso não interessar, vale a pena dar uma olhada pelos desenhos e pela arte coesa de Burns. A série é dividida em dois livros, é distribuída no Brasil pela editora Rocco, foi ganhadora do Eisner Awards de 2006 ( o Oscar dos Quadrinhos) de melhor álbum do ano e nada mais do que outros nove prêmios.
*Resenha originalmente publicada no zine Páginas Vazias.
Sobre Charles Burns, aqui.
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